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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

HAVIA FLORES NO MEIO DO CAMINHO


“HAVIA FLORES NO MEIO DO CAMINHO”: REGISTRO DO DÉCIMO ENCONTRO

Hoje é sábado, 23 de maio de 2009. São cinco horas da manhã tenho que cuidar da vida, pois um compromisso inadiável e intransferível me espera, não só mim, mas também o meu amigo Vilebaldo. Ligo para ele... Minutos depois tomamos a estrada rumo a Valença do Piauí.

Após percorrermos a metade do caminho o sol se levanta um tanto quanto tímido por trás do montes, e as flores que margeiam a estrada vão colorindo nossa viagem. Peço para o Villa parar para apreciarmos e tirar algumas fotos.

"Há flores no meio do nosso caminho”...
Muitos carros passam velozmente e as pessoas perdem a oportunidade de admirar esta belíssima mistura de cores.
Hoje não temos pressa, a Lêda estará lá para acolher os cursistas e dividir a turma para a inclusão digital.

Ao chegarmos à escola tivemos uma surpresa não muito agradável: o laboratório de informática da escola não tem internet ainda e a escola que ficou de ceder seu laboratório teve problemas com vírus, e os pcs estavam travados. Fazer o quê?
Resposta: a abertura do último encontro com um texto ótimo em um slide lindo: “Palco da vida” cuja autoria é atribuída a Fernando Pessoa. “Pedras no caminho? Guarde todas, um dia construirás um castelo”. Era apenas o que eu precisava para transformar os entraves em oportunidade. Pois bem, após ouvir a opinião dos cursistas fiz minhas considerações e coloquei os slides que havia preparado sobre inclusão digital, partindo da questão: o que é inclusão digital. Com o espaço aberto cada um colocou sua percepção sobre o tema.
Após uma pequena pausa para o lanche, retomamos o assunto explorando os objetivos da inclusão digital considerando que as tecnologias facilitadoras e multiplicadoras da educação devem se estender à população que mais precisa delas, sobretudo, que nós podemos fazer isso acontecer. Visto que, cabe a nós educadores trabalhar para erradicar toda forma de exclusão. Na sequência expus os tipos de exclusão decorrente da exclusão digital; os excluídos e os agentes de inclusão digital; com ênfase na inclusão via escola. Antes do encerramento da manhã foi feito um sorteio para o amigo oculto, conforme sugestão de Marlene, ao sairmos para o almoço já sabíamos quem era nosso (a) amigo (a) oculto (a)
À tarde voltamos com o Vilebaldo, à turma estava dispersa, todos preparando alguma surpresa para o final. Um clima nostálgico pairava no ar, porém os preparativos para a confraternização logo mais à noitinha continuavam a todo vapor.
Ao retomarmos as atividades finais, notei a presença de um novo participante, ao qual fui apresentada, era o senhor César Noronha Secretário de Educação de Pimenteiras - PI, que veio prestigiar nossa confraternização.
Continuando com o tema inclusão digital decidimos exibir a página do teleduc. Leda levou o modem (TIM: internet móvel) da Lúcia. Abrimos a página, mostramos o ambiente, mural, agenda, correios, etc. Leda abriu o meu portfólio e aos poucos íamos mostrando os registros deles que eu havia postado. Pediram para ver o meu registro e li os dois últimos. O silêncio reinou absoluto enquanto eu fazia a leitura... Francisca chorou...
O Secretário de Educação de Pimenteiras comentou sobre os registros e comparou-me a Castro Alves. “Estamos diante de um Castro Alves de saia”. Em seguida pedi para elaborarem o último registro e sugeri que respondessem o questionário avaliativo. Optei por fazer isso antes da confraternização para que as emoções finais não interferissem nas percepções, impedindo assim que fossem enfocados os pontos negativos do curso. O sol se escondeu e convidamos todos a se dirigirem ao pátio da escola para o encerramento.
Com a informalidade que me é peculiar iniciei o evento acolhendo os presentes (tínhamos alguns convidados dos cursistas) e tecendo um breve comentário sobre a feliz ideia da Celina ao propor que eu sugerisse alguém para ir ministrar o curso em Valença e prontamente me dispus a ir, sugerido o nome da Leda. Ressaltei que foi uma ideia iluminada e que em nenhum momento me arrependi da escolha, agradeci a todos e citei alguns nomes e situações relevantes.
Lêda reafirmou o que eu havia falado e também agradeceu a atenção a nós dispensada. Ao facultarmos à palavra, o secretário de Educação de Pimenteiras foi o primeiro a se pronunciar, referenciou a princípio a presença de Vilebaldo e a sua indizível poética, em um discurso eloquente expôs a contribuição do curso de formação para a educação especificamente na sua cidade, afirmou que os professores que ali estavam, atuavam como multiplicadores, pois muitas das atividades estavam sendo experimentadas nas escolas do seu município, e que ao longo do ano letivo todos os conhecimentos construídos no decorrer do curso seriam multiplicados.
A professora Raimunda (cursista), que atua como coordenadora pedagógica em Novo Oriente, fez seu discurso em nome de todos os seus conterrâneos. Discorreu de forma emocionada sobre as situações de aprendizagem vivenciadas durante o curso, enfocou a importância dos temas abordados e a metodologia utilizada, e assinalou a relevância dos laços de amizades estabelecidos neste convívio. Uma professora de novo Oriente juntou-se a Raimunda para render uma homenagem em forma de mensagem. A professora Salete de Valença também leu uma mensagem. Depois foi a vez da Ivone de Pimenteiras fazer suas colocações emocionadas e emocionantes e teceu inúmeros elogios a Lêda e a mim. Por fim a coordenadora pedagógica de Valença representando a secretária de educação fez algumas considerações acerca da relevância do curso.
Bom!!! Se houve tempo passaríamos a noite inteira ali “rasgando sêda”, (por isso a avaliação deve preceder esses momentos) mas, tínhamos convidados ilustres: o Vilebaldo, e o cantor de Pimenteiras: José Carvalho , que surpreendeu a todos com uma composição de sua autoria: “Educação”. Então convidamos o Vilebaldo para o recital, afinal o César Noronha estava ansioso por isso.
Inicialmente o poeta declamou “Dona Conceição” fazendo uma referência a todas as mães e mulheres presentes, na sequência a pedido da turma “Rio Guaribas”, seguido de Piauí (a pedido de César Noronha), “Homens de cimento e cal” (a pedido de Luiza Mara), entre outras. E novamente fui intimada a declamar uns poemas, declamei “Pão e arte” de Luiz Egito de Souza Barros (amigo e confrade upeano), o “soneto de amor” de Vilebaldo e da minha autoria “promessas de amor”.
Depois da magia poética de Vilebaldo e do musical de José Carvalho, revelamos o amigo oculto, principiei, pois havia tirado Conceição Cunha e não perdi a oportunidade de falar que foi o único rosto conhecido na multidão, apesar dela não me reconhecer. O amigo oculto seguiu seu curso, cada depoimento emocionante... “Foram muitas emoções”. E o mais interessante, eu abri e fechei (troca de presentes) o círculo não se rompeu. A impressão que dá, é que desta forma fechou-se um ciclo nas nossas vidas, sem que elos do convívio fossem rompidos. Outra coincidência eu tirei no sorteio o nome da Conceição (primeiro rosto conhecido, primeiras palavras amigas, e Francisca (últimas e marcantes confidências no caminho das flores) tirou meu nome no sorteio.
Após alimentar nossas almas com a poesia viva do Villa, a música de José e nossos egos com as palavras dos amigos, chegou à vez de alimentar o físico...hora do coquetel.
Alguns haviam contribuído para Marlene fazer um creme de galinha. Eu havia levado os salgadinhos (especialíssimos feito pela minha irmã Soly na madrugada) conforme o combinado com Leda, alguns levaram refrigerantes e Ivone trouxe da sua fazenda um queijo de aproximadamente três quilos. Comemos bebemos juntos (não a última ceia), mas o último lanche com toda a turma.
Para finalizar teço os comentários finais... José Carvalho encarregou-se de fazer a trilha sonora da despedida, cantando lindamente “amigos para sempre”. Entre abraços apertados, lágrimas, palavras embargadas pela emoção, os professores um a um foi se despedindo de nós.
Organizamos nosso material, devolvemos o projetor multimídia ao locador, nos despedimos da Sandra e do pessoal da escola, voltamos ao centro da cidade para nos despedir da Lúcia e fizemos nosso caminho de volta.
Um misto de alegria e tristeza nos invadia e ao longo do percurso comentávamos cada acontecimento do dia, e avaliávamos nossas performances.
O Villa avaliou tudo numa perspectiva positiva, porém a Leda e eu, enumeramos os pontos negativos que a experiência nos ajudará a eliminar nas próximas formações. Além de múltiplas vivências e significativas aprendizagens estou levando também desta formação muitas saudades.
O trânsito e o tempo foram bons aliados no nosso retorno antes das vinte e três horas Picos nos recebe com sua cortina de luzes.

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